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8/12/2014

Suicídio - Morre ator Robin Williams

Ontem os noticiários do mundo inteiro relataram a morte do ator Robin Williams.
A suspeita é de que o ator tenha praticado suicídio.
Talvez você pense: como? Por quê?
Ele era bem-sucedido, conhecido no mundo inteiro, rico (apesar das complicações financeiras que estava passando), tinha acesso às melhores grifes e meios sociais.
Por quê?


Semana passada tivemos a notícia de que dois jovens talentosos alagoanos também praticaram suicídio.
Você já parou para pensar que vazio é esse?
Só quero te falar algumas verdades que podem mudar sua vida:

DEUS TE AMA!

 E ELE NÃO DESEJA QUE VOCÊ TIRE SUA VIDA.

SEUS PROBLEMAS, POR MAIORES QUE SEJAM, 

TÊM SOLUÇÃO.

SE NESTE MOMENTO VOCÊ CLAMAR A DEUS, PEDINDO POR PAZ, 

ELE VAI TE OUVIR.

SABE ESSE VAZIO, ESSA ANGUSTIA, ESSA DOR INTERIOR?

DEUS VAI TIRAR AGORA, EM O NOME DE JESUS!

DEUS QUER TE DAR UMA 

VIDA FELIZ, 

COMPLETA E ISSO É 

TOTALMENTE POSSÍVEL!


Se você precisa de aconselhamento ou oração basta deixar comentário neste texto, não iremos publicar seu pedido. Ou pode nos enviar e-mail para designcetin@gmail.com.

Saiba quem existem pessoas preocupadas com você e dispostas a te ajudar e orar por você mesmo sem te conhecer. CONTE CONOSCO!

JESUS TE AMA COM UM AMOR INEXPLICÁVEL.
COM UM AMOR QUE NINGUÉM JAMAIS VAI PODER TE AMAR IGUAL.

RECEBA O ABRAÇO DELE AGORA.

Busque uma igreja evangélica, que pregue a Bíblia, mais próxima da sua casa.
Lá também você poderá encontrar pessoas dispostas a te ajudar, ouvir e orar por você.

DEUS TE ABENÇOE!

11/23/2013

Orquestra Sinfônica Brasileira perde metade dos músicos

Músicos da OSB discutem medidas jurídicas contra demissões


Agência Brasil

Rio de Janeiro - Pelo menos 33 músicos da Orquestra Sinfônica brasileira (OSB) já foram demitidos por justa causa pela fundação que administra a orquestra por não aceitar os testes de avaliação de desempenho determinados pelo diretor artístico e regente titular, Roberto Minczuk. Os músicos da OSB que estão na lista de demissões se reuniram hoje (5) na sede do sindicato da categoria para discutir a adoção de medidas judiciais contra as demissões, já que, em sua maioria, os músicos pretendem recorrer à Justiça do Trabalho por meio de ações individuais.
A presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, Deborah Cheyne, informou que a entidade pretende recorrer em segunda instância do parecer emitido pela Justiça do Trabalho, que reconheceu o direito da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb), uma organização privada, regida pela CLT, de demitir os músicos. O sindicato questiona a legalidade do processo de avaliação imposto pelo maestro.
Artistas e instituições de renome internacional têm manifestado apoio aos músicos da OSB. Os concertos do calendário deste ano que, em função da atual crise, serão promovidos com os músicos da OSB Jovem, formada por bolsistas, não terão também a participação de convidados importantes. O pianista Nelson Freire cancelou suas apresentações com a OSB este ano, o mesmo acontece com a pianista Cristina Ortiz e o maestro Roberto Tibiriçã, que regeria dois concertos com a pianista, nos dias 30 de abril e 1º de maio.

Para Deborah Cheyne, “isso significa que pessoas que têm peso no meio artístico e renome internacional estão vendo essa situação como algo injusto. Elas acham que subir num palco e tocar com uma orquestra esfacelada seria uma forma implícita de dar apoio a esse processo. Com essa atitude, eles se colocam claramente contra essa arbitrariedade”.
A Fosb, que informou não ter mais nada a declarar sobre as demissões, disse que ainda vai entrar em contato com os músicos convidados que cancelaram as apresentações com a orquestra este ano.

4/06/2011

"Sobre a FOSB" - Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira

É lamentável noticiar os recentes acontecimentos na Orquestra Sinfônica Brasileira: atitudes tais como esta só visam a diminuir seu valor e credibilidade. Bem como, demonstram aos músicos aspirantes a insegurança existente no meio.
Que a justiça brasileira mostre equidade neste caso!
Como publiquei, na postagem passada, vários músicos foram demitidos da Orquestra - que é regida por uma fundação privada, regida pela Consolidação das Lei trabalhistas - por não conseguirem êxito em uma avaliação efetuado por um novo maestro. 
O problema maior está no fato de que as demissões foram por justa causa, e tais músicos não infringiriam quaisquer das infrações previstas no artigo 482 da CLT, artigo que versa sobre as hipóteses de demissão por justa causa.
O que acontece agora? Os músicos demitidos estão impetrando ações na justiça do trabalho e a FOSB alega que vai recorrer das decisões... Vamos ver o que o Tribunal Superior do Trabalho decide.
Concordo plenamente com a atitude dos músicos renomados e performances que estão cancelando seus compromissos com a FOSB em decorrência do ocorrido, por contemplarem neste ato extrema abusividade. Muito bom! Não é de bom tom, perante os homens e principalmente perante Deus, assistir a tantas injustiças em omissão.
Como se nota no texto a seguir, do Blog oficial da FOSB, os músicos da orquestra vinham executando seu papel com excelência e prestígio...
Não poderia haver pior ocorrido após o festejo de 70 anos da orquestra, em 2010.
Que haja justiça!
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"FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA
A Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira é uma instituição sem fins lucrativos, responsável por administrar as atividades da OSB e da OSB Jovem, e, assim, contribuir para o desenvolvimento de um trabalho com mais de setenta anos de história.
Tendo por missão a difusão da música erudita em nosso país, os projetos da FOSB também se pautam pelo compromisso constante com a formação de novos públicos e jovens talentos. O pioneirismo é sua marca registrada: foi a primeira orquestra brasileira a realizar turnês, apresentações ao ar livre, concertos de formação de plateia e a excursionar pelo exterior. Através de seus mais de 4 mil concertos realizados, a OSB lançou alguns dos maiores nomes da música nacional, como Nelson Freire, Cristina Ortiz, Antonio Meneses, Arthur Moreira Lima, Arnaldo Cohen e Isaac Karabtchevsky, além de ter recebido participações especiais de alguns dos mais famosos solistas e regentes estrangeiros, como Kurt Masur, Mstislav Rostropovich, Arthur Rubinstein e Martha Argerich.
Ao lançar peças inéditas de compositores contemporâneos ou resgatar obras atemporais do repertório clássico, a OSB tem apresentado um amplo leque da linguagem sinfônica e feito da excelência artística a sua meta. Além de suas séries de concertos no Rio de Janeiro e São Paulo, a orquestra também se dedica, através de projetos como suas turnês nacionais, a possibilitar o acesso à música em outras regiões do país, o que a torna uma das instituições culturais mais reconhecidas pelos brasileiros. Para a FOSB, a ampliação das plateias para a música sinfônica caminha junto à formação de novos talentos e à transformação da expressão artística num instrumento para a educação no país.
OSB 2011: rumo a mais 70 anos de história
Em 2010, a Orquestra Sinfônica Brasileira celebrou 70 anos de história na companhia de alguns dos maiores artistas do país e do exterior, atraindo nada menos que 190 mil espectadores numa diversificada programação. Do Hexameron de Liszt ao Ciclo Brahms-Masur, da Terceira Sinfoniade Mahler à Nona de Beethoven, a Temporada 2010 apresentou o melhor do repertório sinfônico ereviveu momentos marcantes destas sete décadas de música.
A Temporada cumpriu, assim, uma dupla função: colocar em foco a importância da OSB para a história da música no Brasil e mostrar as diferentes faces do projeto que pauta o presente da instituição. A aposta em uma programação artística de ponta, que alinha expressões musicais de épocas e estéticas próprias, foi refletida na realização de 100 concertos, na apresentação de 175 diferentes obras, na participação de 39 solistas convidados e em iniciativas como a Série Fora de Série, o ciclo de música de câmara Quartas Clássicas e o espetáculo Aquarius, que reuniu cerca de 100 mil pessoas na Praia de Copacabana.
Além de um criterioso trabalho de divulgação da música sinfônica, o ano de 2010 também enfatizou projetos que têm por objetivo revelar novos talentos e formarplateias para a música de concerto, missões institucionais da Fundação OSB. Em junho, retomamos o Concurso Nelson Freire OSB Jovens Solistas, que trouxe ao Rio instrumentistas de diferentes regiõesdo país. O Coro de Crianças da OSB, criado em 2010, foi aplaudido em suas apresentações com aorquestra e em recitais independentes. O Departamento Educacional da OSB também atuou na sensibilização de novos públicos tanto por meio da série Concertos da Juventude, que levou mais de 8 mil alunos da rede municipal de ensino para espetáculos exclusivos no Theatro Municipal, como também em palestras para estudantes e professores de projetos socioeducacionais vinculados a instituições e empresas parceiras.
Estes foram alguns dos feitos de um ano que não podia deixar de ser histórico. Para a OSB, o privilégio não é apenas chegar auma data tão simbólica, mas compartilhar com todos vocês os motivos que tem para comemorar.
O desenvolvimento de projetos educacionais vem assumindo protagonismo dentre os objetivos da Fundação OSB. A trajetória e ovalor desta instituição estabelecem também uma responsabilidade com o legado que queremos transmitir às futuras gerações, dando à Orquestra Sinfônica Brasileira um capital único para implementar ações capazes de impactar a realidade sociocultural do Rio de Janeiro e de todo o país. Por este exato motivo, o ano de 2011 que agora se inicia contemplará uma série de iniciativas da Fundação OSB em torno da capacitação de jovens músicos, da multiplicação de tecnologias de ensino musical e da formação de novas plateias para a música sinfônica.
Uma das frentes desta atuação é o Centro de Educação Musical Brasileiro, núcleo de referência para a criação de metodologias de ensino da música. Este projeto dará a professores e alunos de escolas e projetos sociais a oportunidade de sistematizarem o conhecimento sobre a linguagem musical com especialistas no assunto, os próprios músicos da OSB.
Os Concertos da Juventude darão continuidade a uma tradição que a OSB iniciou já em 1943: a facilitação do acesso à música clássica, por meio de uma programação anual voltada para novos públicos. Além da abordagem didática proporcionada pela interação entre o maestro e a plateia, os Concertos da Juventude ganharão desdobramentos com a produção de materiais de apoio que aprofundarão a experiência do concerto.
O número de integrantes, ensaios e recitais do Coro de Crianças também será ampliado, e à OSB Jovem, que completa doze anos em 2011, daremos o destaque que seu crescimento merece. Pela variedade dos repertórios que apresenta e pela qualidade artística de seus concertos, podemos nos orgulhar em dizer que este conjunto é, hoje, uma das principais orquestras de formação do Brasil. A OSB Jovem, que já conta com mais de oitenta bolsistas, será reforçada com novos membros e assumirá um desafio artístico inédito em sua história. Para prestigiar os talentos que temos formado em casa, convidaremos a orquestra para realizar os espetáculos de estreia de nossas séries de assinatura. Assim, os jovens dividirão o palco com consagrados solistas e regentes, e terão a chance de demonstrar seu alto nível musical em repertórios cada vez mais exigentes.
Dentre as surpresas que o ano de 2011 ainda reserva, a inauguração da Cidade da Música possibilitará a infraestrutura para a realização de ações artísticas, sociais e educacionais como há muito esperamos poder desenvolver, além de um lugar especial para apresentarmos nossas novas séries de concertos a partir do segundo semestre.
Sede de importantes eventos internacionais, o Rio de Janeiro ampliará nos próximos anos sua histórica condição de vitrine da cultura brasileira. Por simbolizar a cidade e o país através de sua música, a OSB investirá este ano na intensificação do trabalho de qualificação artística que acredenciará como um dos grandes conjuntos sinfônicos do mundo e um ícone do que o Brasil possui de mais relevante. Nosso esforço em busca da excelência abrangerá a realização de audições no Rio de Janeiro, em Nova Iorque e em Londres, que visam a preencher 14 posições que ainda estão em aberto no corpo orquestral. Em março, os músicos da OSB realizarão também um processo de avaliação de desempenho, objetivando o desenvolvimento do conjunto para novas metas, como agravação de CDs e DVDs.
Todas essas novidades são apenas uma parte do que preparamos para o ano. O anúncio oficial da Temporada 2011 foi feito em fevereiro passado. Atrações, que são marcas do projeto artístico da OSB, agitarão nossa agenda cultural. Os assinantes das séries de concerto no Theatro Municipal poderão renovar seus assentos a partir de 11 de março;  na Sala São Paulo, o período terá início no dia 25 de abril. Desde já, fazemos um convite para o nosso primeiro espetáculo do ano: uma homenagem ao movimento pela paz no Rio de Janeiro, com a OSB Jovem e a grandiosa Paixão Segundo São João, de J. S. Bach, no dia 19 de março, no Theatro Municipal.
Rumo a mais 70 anos de história, desejamos a todos os que acompanham nosso trabalho um feliz 2011. E, claro, ótimos concertos!"

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Orquestra Sinfônica Brasileira perde metade dos músicos




Músicos da OSB discutem medidas jurídicas contra demissões


Agência Brasil


Rio de Janeiro - Pelo menos 33 músicos da Orquestra Sinfônica brasileira (OSB) já foram demitidos por justa causa pela fundação que administra a orquestra por não aceitar os testes de avaliação de desempenho determinados pelo diretor artístico e regente titular, Roberto Minczuk. Os músicos da OSB que estão na lista de demissões se reuniram hoje (5) na sede do sindicato da categoria para discutir a adoção de medidas judiciais contra as demissões, já que, em sua maioria, os músicos pretendem recorrer à Justiça do Trabalho por meio de ações individuais.
A presidente do Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro, Deborah Cheyne, informou que a entidade pretende recorrer em segunda instância do parecer emitido pela Justiça do Trabalho, que reconheceu o direito da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb), uma organização privada, regida pela CLT, de demitir os músicos. O sindicato questiona a legalidade do processo de avaliação imposto pelo maestro.
Artistas e instituições de renome internacional têm manifestado apoio aos músicos da OSB. Os concertos do calendário deste ano que, em função da atual crise, serão promovidos com os músicos da OSB Jovem, formada por bolsistas, não terão também a participação de convidados importantes. O pianista Nelson Freire cancelou suas apresentações com a OSB este ano, o mesmo acontece com a pianista Cristina Ortiz e o maestro Roberto Tibiriçã, que regeria dois concertos com a pianista, nos dias 30 de abril e 1º de maio.


Para Deborah Cheyne, “isso significa que pessoas que têm peso no meio artístico e renome internacional estão vendo essa situação como algo injusto. Elas acham que subir num palco e tocar com uma orquestra esfacelada seria uma forma implícita de dar apoio a esse processo. Com essa atitude, eles se colocam claramente contra essa arbitrariedade”.
A Fosb, que informou não ter mais nada a declarar sobre as demissões, disse que ainda vai entrar em contato com os músicos convidados que cancelaram as apresentações com a orquestra este ano".

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Extraído de: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2011/04/05/musicos-da-osb-discutem-medidas-juridicas-contra-demissoes/
Imagem 1: http://vozativamadrigal.blogspot.com/2010/10/osesp-apresenta-em-sao-paulo.html

3/21/2011

Abaixo a falsa mitologia sobre a formação do povo brasileiro!


Abaixo, matéria de Reinaldo Azevedo sobre "A FALSA MITOLOGIA SOBRE A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO".Há tempos atrás, produzi um trabalho sobre a percussão no Brasil, e precisei estudar uma série de células rítmicas, grupos e culturas que influenciaram o Brasil.Nesse trabalho eu não priorizei nenhuma cultura sobre outras, como normalmente vemos: influências africanas, portuguesas, inglesas, holandesas, árabes, indígena, etc... TODAS TEM UM PESO GIGANTE NA MÚSICA QUE CATAMOS, DANÇAMOS, OUVIMOS, APRECIAMOS, CONSUMIMOS HOJE!Infelizmente, a maioria da população não tem noção alguma de que influências os árabes trouxeram, por exemplo... e os indígenas, que influência tem na música? E os ingleses? E os europeus?Se formos a uma favela, provavelmente,se ouvirá muito falar sobre capoeira, mas talvez não se ouça nada sobre dohola, melismas e adufe...Talvez nem sequer conheçam os idiofones e zumbidores daqueles que habitaram o Brasil antes de qualquer outro...Me pergunto por que algumas culturas se sobressaem a outras.Por que todas não são valorizadas?TODAS NOS MOSTRAM DE ONDE VIEMOS E NOS AJUDAM A ENTENDER MELHOR QUEM SOMOS E PORQUE SOMOS.TODAS.Além disto, Obama realmente veio tratar de negócios...Expressões culturais não tem conexão alguma com os tais, visto que os negócios tratados dizem respeito a um número pequeno demais de empresários e grandes empreendedores (vê-se pelo número limitado na reunião final com Obama: 10 empresários).E se é pra mostrar, que só mostrem TODAS AS FACES, NÃO UMA APENAS!*******************



21/03/2011
 às 18:26

Abaixo a falsa mitologia sobre a formação do povo brasileiro! Chega de ficar dando pirueta na frente dos estrangeiros! Viva o povo vertical, com os dois pés no chão!

Os textos que escrevi sobre a capoeira estão dando o que falar na Internet e dividindo opiniões. Continua uma avalanche de gente a me lembrar que se trata de uma expressão cultural de resistência, vinda com os escravos etc e tal. Eu sei! A minha crítica é dirigida à fetichização da tal “expressão cultural” e à falsa verdade de que a dança, ou luta, está tão presente na nossa vida como, sei lá, o futebol por exemplo — que chegou por aqui bem depois…
Aliás, eis aí: o que gerou, entre nós, mas saber e formas próprias de expressão? A capoeira, que veio com os escravos, no período de formação do Brasil, ou o futebol, que aportou alguns séculos depois, com os ingleses, consagrando um anglicismo na língua do qual ninguém mais se dá conta?
E olhem que eu não acho que a gente deva botar moleques e meninas fazendo embaixadinha para os Obamas e as Obaminhas… Nelson Freire não bate bola e também é Brasil. Para Tio Rei, se houvesse meninos favelados que tocassem oboé, sua presença num evento político-turístico seria tão legítima quanto a dos meninos que dançam capoeira.
O chato é que ninguém sobe a favela para levar oboé, Kant ou gramática. Há uma certa tendência a ensinar ao povo aquilo que ele pode aprender sozinho: bater bumbo, dançar capoeira, fazer rap — notem que misturo expressões que seriam “nossas” com outras que vieram de fora.
Eu me aponho é à folclorização de nossas origens para despertar a atenção daquele que, no fundo, consideramos superior, como se não pudéssemos competir com ele no campo da razão e só nos restasse o charme daquela velha picardia e esperteza. Lula transformou esse sentimento em arrogância, que é o complexo de inferioridade na sua fase agressiva. Declarou-se melhor do que os outros e pronto!
Gente, eu conheço todas as virtudes da capoeira! Eu só estou dizendo que ela não representa o Brasil. Aliás, eu não sei direito o que representa o Brasil. Quando Dilma visitar os EUA, que expressão folclóca ou primitiva lhe será apresentada como síntese e sumo do povo americano? Provavelmente, nenhuma! Não são dados a esse tipo de coisa!
Eu acho que a gente precisa parar com isso, entenderam? Por que precisamos dizer ao “outro” quem nós “RE-AL-MEN-TE” somos? Nós, RE-AL-MEN-TE somos um monte de coisa! Como Obama estava aqui para falar de negócios, seria muito mais legítimo um desfile do que temos conseguido produzir de tecnologia de ponta na indústria, no agronegócio, nos serviços…
No dia em que antropólogos americanos — ou haitianos, tanto faz — chegarem aqui para um colóquio, então a gente dança, canta, pula, faz pirueta, bate bumbo, acorda os espíritos com tabaco, bebe cauim, chama Anhangá, a Cuca, o Saci-Pererê, o Boitatá, o boto, a Loura do Banheiro…
Por Reinaldo Azevedo

3/10/2011

Confiança na Justiça Brasileira cai!



Cai confiança da população na Justiça, aponta
FGV quarta-feira, 2 de março de 2011

Extraído de: Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Rio Grande do Norte  -  02 de Março de 2011

A confiança da população na Justiça do País caiu nos últimos três meses de 2010, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Justiça (ICJBrasil), elaborado pela Faculdade de Direito de São Paulo da instituição, ficou em 4,2 pontos no último trimestre do ano passado. No trimestre anterior, o índice havia apresentado 4,4 pontos.
O ICJBrasil monitora a confiança na Justiça desde 2009. Para o cálculo do índice, que varia de 0 a 10 pontos, foram entrevistados 1.570 cidadãos em Minas Gerais, Pernambuco, no Rio Grande do Sul, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal. Minas Gerais foi o Estado com maior confiança na Justiça (4,4 pontos). Já Pernambuco foi o Estado com o menor índice (4,1 pontos).

Ainda segundo a pesquisa da FGV, de todos os entrevistados, 46% informaram já ter recorrido à Justiça ou ter alguém que mora em seu domicílio que o fez. Entretanto, 64% dos entrevistados disseram que a Justiça é pouco ou nada honesta. O levantamento aponta ainda que 78% consideram o acesso à Justiça caro. Já 59% acham que a Justiça recebe influência política.


Fonte: Agência Brasil

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A Cultura da Violência



LUIZ FLÁVIO GOMES


"Para vivermos em paz uns com os outros (utopicamente: sem nenhum resquício de violência) devemos aceitar nossas diferenças ou refutar nossas semelhanças? Qual seria o comportamento mais sábio?



Em princípio todos nós diríamos: devemos aceitar nossas diferenças. Esse é o discurso do lugar-comum. Os povos, para alcançarem a paz, devem compreender os outros, se colocarem no lugar dos outros. Nós seres humanos deveríamos ser mais tolerantes, compreensivos, mais abertos ao diálogo. Entender o outro significa facilitar o diálogo, em suma, a paz. Tudo isso é válido e necessário, mas não suficiente.

Por quê? Porque também devemos prestar atenção nas nossas semelhanças. E se existe um fio condutor que assemelha todos os povos, todos os seres humanos, em todas as épocas e lugares, esse fio reside na violência.

As culturas de todos os povos são distintas em vários aspectos, mas possuem um eixo comum: a violência. As nossas culturas assemelham-se porque todas são “culturas da violência”. Para vivermos em paz uns com os outros, portanto, não se trata tanto de aceitar as nossas diferenças, sim, de recusar as nossas (nefastas) semelhanças [1]. Manifeste. Dê sua opinião.

1 Cf. MULLER, Jean-Marie, O princípio de não-violência, Lisboa: Instituto Piaget, 1998, pp. 9 e 10.

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2/27/2011

“Eu me sinto como um bicho” (diz a escrivã). O Manual da Inquisição (“Malleus Maleficarum”) continua martelando…

Fonte: wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Malleus_Maleficarum
LUIZ FLÁVIO GOMES*
Em entrevista ao jornal O Globo (23.02.11, p. 16) a ex-escrivã, que foi torturada pelos delegados de polícia (de São Paulo) já afastados das suas funções, disse: “Fui humilhada duas vezes: quando sofri a violência e, agora, com a divulgação das imagens na internet (cf. o vídeo). Eu me sinto como se fosse um bicho… Queriam me humilhar… Nunca vi isso, com o pior tipo de criminoso nunca vi um desrespeito à dignidade assim… O delegado disse que queria me ver sem roupa”.
Tal como no tempo da Inquisição, os torturadores do século XXI também se julgam purificadores. Tudo é feito em nome da purificação (da limpeza, da profilaxia). Lá na Inquisição o pano de fundo era a purificação da religião católica frente às bruxas e aos demônios. Os purificadores projetam de forma paranóide sua própria sombra (os complexos culturais inconscientes), nos hereges que são torturados e mortos (Carlos Amadeu Byington).

Ao torturar e matar, os Inquisidores diziam lutar contra o Demônio para salvar a alma de volta para Cristo. Hoje a tortura é praticada como instrumento de obtenção de prova, como expressão da discriminação étnica, social e econômica etc.
Por força de uma bula papal (Bula do Papa Inocêncio III), os cristãos Sprenger e Kramer foram nomeados inquisidores oficiais e se especializaram no tema tortura. Escreveram um famoso Manual (“Maleus Maleficarum” ou O Martelo das Feiticeiras, 21 ed., Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 2010), até hoje seguido (com certa fidelidade), sobretudo contra as mulheres, os pobres, os miseráveis, os vulneráveis (que são os torturáveis, os prisionáveis e os mortáveis).
A razão central de se torturar a mulher (as bruxas, dos séculos XV, XVI e XVII) é que ela é mais carnal que o homem (cf.Maleus, Parta I, Questão 6). Havia ódio mortal contra as mulheres. Por quê? Por força da atração mórbida por ela em razão da repressão cultural da sexualidade. A tortura, recomendada no Manual dos inquisidores católicos, incluía procedimentos tarados, sexualizados. Freud, alguns séculos depois, viria explicar tudo isso.
Como deveriam ser torturadas as mulheres no século XV? Dizia o Manual: devem ser despidas e seus cabelos e pêlos raspados à procura de objetos enfeitiçados escondidos em suas partes íntimas (que não devem ser mencionadas) (Malleus, Parte III, Cap. 15). Como diz Carlos Amadeu Byington (no prefácio do livro citado), “… o processo recomendado pelo Malleus é um delírio francamente paranóide orientado para se obter confissões, e não para se verificar a culpabilidade”. Aberrações sexuais com hipocrisia puritana (as partes íntimas não podem ser mencionadas).
Meus amigos: a psicose paranóide dos Inquisidores do século XV era terrível. Ufa! Ainda bem que estamos no século XXI! O homem já foi à lua, inventaram a internet, Galileu Galilei foi regenerado pela Igreja…  Mas o Manual de Sprenger e Kramer continua sendo seguido? Isso é preocupante, porque quanto mais essa doença mental progride, mais gente apoia seus métodos. Os inimigos antigamente eram o Diabo e as bruxas. Ocorre em cada época o poder punitivo aloprado encontra seus inimigos…
Esse negócio de policiais purificadores procurarem objetos enfeitiçados ($$$) nas partes íntimas das mulheres, sem seguir o Estado de Direito vigente (CPP, art. 249), não está te dando a sensação de século XV?
Meus amigos: gostaria de tomar a liberdade de te recomendar a leitura do Malleus Maleficarum. É imperdível. Não morra antes de ler essa obra histórica. Nossa cabeça passa a ser outra… experimente!"
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2/23/2011

Insegurança Pública em Alagoas e no Brasil

"A falácia do efetivo policial e a segurança pública

Fonte: foto extraída do site “DAR – Coletivo Desentorpecendo a Razão”, publicada em 23/10/2009.LUIZ FLÁVIO GOMES*
Pesquisadora: Adriana Loche**
No ano de 2010 o Estado de Alagoas liderou o ranking dos homicídios no Brasil. Foram registrados, no Estado, 2.226 homicídios, que equivalem a uma taxa de 71,3 mortes por 100 mil habitantes.

Afirma-se que esta seria a maior taxa de homicídios já registrada no país, em todos os tempos. Sendo ou não, de acordo com a matéria “Líder em assassinatos no país, AL tem mais carência de policiais do que efetivo nas ruas”, publicada no canal UOL Notícias, veiculada em 10 de fevereiro de 2011, o Estado de Alagoas apresenta um déficit no quadro de policiais. A falta de policiais seria uma das causas da violência. Essa é a tese.
O Estado de São Paulo, nesse mesmo ano, teve a menor taxa de homicídios dos últimos tempos. Foram registradas 4.320 mortes, o que corresponde a 10,47 homicídios por 100 mil habitantes. O Estado de São Paulo possui o maior contingente policial do país.
Analisando-se secamente as taxas de homicídios e o efetivo policial de cada Estado, desavisadamente chegaríamos à seguinte conclusão: o número de homicídios em Alagoas é elevado porque o efetivo policial é reduzido. Conclusão apressada: para prevenir o crime é necessário contratar mais policiais.
A equação não é tão simples como parece. Não basta apenas levar em conta o número do efetivo policial, é preciso também comparar o número de policiais por habitantes.
O número ideal de policiais recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 1 para 250 habitantes. Segundo dados oficiais divulgados na matéria citada, o Estado de Alagoas tem um efetivo de 8.066 policiais militares e 1.998 policiais civis, somando 10.054 agentes policiais.
A população do Estado, segundo o censo de 2010, foi calculada em 3.120.922 habitantes. Temos a seguinte proporção: 1 policial para 310 habitantes.
No Anuário 2010 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado em dezembro passado, o efetivo policial do Estado de São Paulo em 2010 era de 86.837 policiais militares e 30.311 policiais civis, totalizando 117.148 agentes policiais.
Os dados do censo de 2010 registraram uma população de 39.924.091 habitantes para todo o Estado, o que representa a proporção de 1 policial para 340 habitantes.
Um dos mitos (das falácias) da segurança pública refere-se à máxima “para se ter mais segurança, é preciso ter mais policiais nas ruas”. De acordo com os números apresentados, observa-se que São Paulo tem um número menor de policiais por habitantes e, ao mesmo tempo, uma taxa menor de homicídios em relação a Alagoas.
Se a premissa seca do número de policiais fosse verdadeira, era de se supor que o Estado de Alagoas registrasse um número menor de mortes, já que possui uma proporção maior de policiais por número de habitantes.
Ainda que a presença policial seja um importante fator inibidor da criminalidade, a premissa de que uma cidade ou um Estado mais policiado será mais seguro não é uma verdade absoluta, como se pode observar pelos números.
Para se compreender o fenômeno é imprescindível ir além das relações diretas ou das respostas fáceis. É necessário analisar todas as causas que geram a violência e oferecer respostas que vão muito além dos efetivos policiais".

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2/22/2011

Delegados coagem e deixam mulher nua... ABSURDO!


Todo respeito à Loucademia de Polícia...pelo menos lá as coisas davam certo.

Tive acesso a essa informação também através da Emissora Band e confesso: FIQUEI CHOCADA QUANDO ASSISTI!


Como é triste constatar com a própria visão que A TORTURA ainda é uma prática tão comum em nosso país! Que absurdo! Até um analfabeto, que não possui conhecimento algum da legislação pátria e dos Tratados Internacionais que versam sobre Direitos Humanos, ao assistir uma cena destas teria certeza de sua ilegalidade  DESUMANIDADE!


Uma coisa é ouvir, outra é ver...

Sempre converso com a minha diarista que mora em um município muito violento do Estado (AL), e ela me conta das abordagens absurdas que a polícia realiza: quebrando tudo, jogando eletrodomésticos pela rua, dando pauladas nos suspeitos... e assim vai.

Ela não suportou conviver com essa realidade e se mudou para outro lugar. Confessou-me que não conseguia sequer dormir tranquila só de pensar nas barbaridades cometidas.

EU SEMPRE A ORIENTO E DIGO O QUE É LEGAL, O QUE NÃO É...

COMO É TRISTE, LAMENTÁVEL... QUE DESGOSTO!

Meus pêsames para os executores E PRINCIPALMENTE PARA A VÍTIMA!

Olha a Responsabilidade Civil do Estado aí...
Esta é UMA CAUSA PERFEITA PARA RESPONSABILIZAR O ESTADO IRRESPONSÁVEL!
QUE NÃO TREINA SEU EFETIVO POLICIAL, NEM SE PREOCUPA COM O POVO.

EU DEFENDERIA ESSA MULHER COM MUITO PRAZER!

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"Delegados coagem e deixam mulher nua em busca pessoal

Fonte: imagem baixada do site - http://videos.band.com.br/v_87644_uma_policial_acusada_de_propina_e_despida_a_forca_em_sao_paulo.htm
LUIZ FLÁVIO GOMES*
“Com um treinamento apropriado e técnica adequada, a não violência pode ser praticada pelas massas humanas” (Gandhi).
Está comprovado: no Brasil nem toda nudez é castigada! O vídeo dos delegados de polícia (cf. o vídeo) que obrigaram uma mulher suspeita (de corrupção ou concussão) a ficar nua na presença deles para o efeito de uma busca pessoal é estarrecedor. Onde chega a arbitrariedade?

O crime de corrupção (ou concussão) é grave e precisa ser devidamente punido. Mas a polícia não pode apurar um crime cometendo outro (ou outros). Muito correta e digna de elogios a cobertura da TV Bandeirantes (cf. o vídeo). Tributo ao jornalista Fábio Pannunzio (que divulgou o vídeo no seu blog). Os delegados foram afastados das suas funções.
A lei processual penal (art. 249 do CPP) é clara: a busca pessoal em uma mulher deve ser feita por outra mulher, salvo em caso de retardamento ou prejuízo para a diligência. Havia mulheres no local (policiais) e mesmo assim os delegados optaram por despir, à força, a mulher. Prova (se é que se pode chamar aquilo de prova) totalmente ilícita, porque obtida de forma ilegal (com violação, desde logo, do art. 249 do CPP). O vídeo constitui um exemplo emblemático de como não se deve colher provas no Brasil.
No princípio o delegado disse que se ela não se despisse haveria desobediência. Nada mais incorreto. Quem desobedece ordem ilegal não comete o crime de desobediência. De outro lado, esse crime não permite prisão em flagrante (porque se trata de infração de menor potencial ofensivo). Tampouco poderiam ser usadas as algemas (no contexto em que tudo aconteceu). Violou-se também a Súmula Vinculante 11 do STF.
Com a mulher (ex-escrivã de polícia) teria sido encontrado dinheiro (R$ 200,00). Mesmo que esse dinheiro fosse fruto de uma corrupção passiva (ou concussão), mesmo assim, crime nenhum estava sendo cometido naquele momento. Não cabia prisão em flagrante, portanto. O abuso de autoridade está mais do que evidenciado. Também a tortura (para a obtenção de prova).
O Juiz, a pedido do Ministério Público, arquivou o caso. Não vislumbraram nenhum delito. Com a devida vênia, se equivocaram redondamente. As Corregedorias respectivas deveriam apurar tudo isso com prudência e equilíbrio. Também deveriam entrar em campo o CNJ e o CNMP, além da OAB.
Todas as vezes que o Estado transforma um criminoso (ou suspeito) em vítima, por meio do abuso e da arbitrariedade, nasce mais uma violação de direitos humanos. Ou seja: mais um ato de violência. Violência que, nesse caso, foi ignorada (arquivada) pela Corregedoria da Polícia Civil, pelo Ministério Público e pelo Juiz. Nem toda nudez é castigada!
A vítima de toda essa violência, ainda que seja um criminoso, tem todo direito de ingressar com ação civil reparatória contra o Estado, sobretudo quando afetada de modo profundo sua dignidade humana. E se não atendida no Brasil, tem portas abertas na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a mesma que já “condenou” o Brasil várias vezes (Caso Maria da Penha, Caso dos Presídios do Espírito Santo etc.).
O emérito Professor Ferrajoli tem ensinado que “A história das penas é sem dúvida mais horrenda e infame para a humanidade que a própria história dos crimes” (Direito e Razão, São Paulo: RT, 2. ed., 2006). Cabe agregar: a história das penas e dos arbitrários métodos investigativos é (deveras) muito mais infame que a dos crimes.
Mas por que tudo isso ainda acontece no Brasil? Três fatores se destacam:
(a) cultura da violência. O Estado brasileiro já nasceu sob a égide de um genocídio e até hoje ainda não sabe o que é razoabilidade, vida em paz, respeito ao outro etc. Vigora ainda entre nós, especialmente contra os discriminados étnicos, sociais e econômicos, a cultura da violência. Margens de ilegalidade e de arbítrio algumas autoridades se concedem (um pouco ou uma grande quantidade de dor, certa dose de humilhação bem como maus-tratos).
O genocídio e a tortura fazem parte da história do Estado brasileiro. Os governantes fazem discursos dúbios. Preocupa-se mais com o vazamento do vídeo, que com o ato de tortura em si.
A tortura padronizada (contra os discriminados étnicos, sociais e econômicos) nas delegacias e nas prisões faz parte da política estatal ambígua, de guerra civil permanente, de todos contra todos, praticada desde 1500, com a conivência de grandes setores do Ministério Público e da Magistratura, que fecham os olhos para gritantes violações de direitos humanos (das vítimas dos criminosos assim como das vítimas da violência estatal). Vigora no Brasil a cultura da pressão (da opressão, da coação, da violência). Com a garantia da impunidade. Isso não retrocede, ao contrário, só incrementa a guerra civil brasileira de todos contra todos.
(b) ausência das disciplinas Ética e Direitos Humanos: falta, sobretudo para muitos agentes da maquina repressiva (muitos não são todos), estudar Ética e Direitos Humanos, que constituem a base da cultura da não violência.
(c) cultura da impunidade: Mesmo quando vídeos são gravados, ainda assim, sabe-se que tudo será (muito provavelmente) arquivado pelo Poder Jurídico. O inquérito que apurou a violência aqui narrada foi arquivado. Os delegados foram afastados “porque o caso ganhou repercussão nacional”.

O sistema investigativo no Brasil está falido. Oitenta e seis mil inquéritos policiais, sobre homicídio, instaurados até 2007, acham-se praticamente parados. A máquina repressiva do Estado funciona mal. Tortura, abusos físicos, maus-tratos, humilhação sexual, crueldade gratuita e indignidade: tudo isso comprova que essa máquina está falida, há séculos (cf. Luís Mir, Guerra civil).

É preciso apurar com precisão tudo que ocorreu, porque alguma hierarquia pode estar por detrás do fato. Normalmente o superior acaba delegando para os subordinados a triste função da tortura (cf. Luís Mir, Guerra civil). Mas quando a ordem é manifestamente ilegal todos respondem: quem deu a ordem e quem a cumpriu.
*LFG – Jurista e cientista criminal. Doutor em Direito penal pela Universidade Complutense de Madri e Mestre em Direito penal pela USP. Presidente da Rede LFG. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Acompanhe meu Blog. Siga-me no Twitter. Encontre-me no Facebook."

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